As águas em movimento, por detrás, por diante, tocam os perfis duros e sizudos, minúsculos fragmentos se destacam, ganham autonomia e beleza arquitetônica.
Caso não, descendem dos vulcões reprimidamente, sem cheiro ,sem sabor, monocromaticamente decide por seu direito de organizar, enriquecer .
Invejam as ostras na sua formação silenciosa. De curso longo, molhado e frio, segue cada instante as ordens Divina da criação.
(Depois do sonho em que estavam atores famosos e outros não. Com a mesma energia. Entre eles, numa banca Walcyr Carrasco a vender seus lindos doces, salgados e peixes.Atendia ao mesmo tempo sua dezena de barracas; Aracy Balabanian, com quem dancei, octogenária, subia e descia as escadas como moleca. Todos falantes e simplórios, sem o orgulho dos deuses. Num sitio antes do set de filmagem)
– Na verdade o sonho me invade com comidas sempre pela manhã. Um hábito de meu estômago a oferecer refluxos que acabam se tornando quase pesadelos –
Gosto do tecer pensamento Invadir esconderijos Dissertar o óbvio . Abocanhar simplicidades cristalinas Compará-las com ouro e esmeraldas Talvez não existam mais noites pueris.
Cada canto do meu país tem lamento e riso, tem coração pulsando. Tem gente chorando e tem gente dançando. É assim. A gente aprendeu a seguir sem nunca abrir mão de resistir. Nosso ritmo é festa e também é dor. Berimbau soando é nosso povo, nossa origem, nosso próprio sangue. Atabaque vibra em pele marcada. Nossa casa acolhe, celebra e recorda. Cabe tudo e todos. Cada ritmo e cor. Aqui o divino habita no todo. No plural, no todo.